Guerra na Ucrânia: 75% dos ucranianos rejeitam plano de paz da Rússia. Maioria acredita que Putin vai voltar a atacar

A sondagem apontou também que 74% dos ucranianos estão prontos para apoiar um plano de paz europeu-ucraniano, que prevê o congelamento do conflito ao longo da atual linha da frente sem qualquer reconhecimento legal de perdas territoriais, além das garantias de segurança à Ucrânia

Francisco Laranjeira
Setembro 17, 2025
10:51

A Ucrânia rejeita liminarmente o chamada “plano de paz” da Rússia para a Ucrânia, que prevê a retirada das forças ucranianas no Donbass: segundo uma sondagem do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS), citada pelo ‘Ukrinform’, 75% dos ucranianos não acredita nessa solução, sendo que apenas 17% dos entrevistados disseram estar dispostos a aceitar tal plano. Se este fosse implementado, 65% iriam considerar como uma derrota para a Ucrânia – contra apenas 7% que indicaria ser um sucesso. Por último, 69% dos ucranianos garantiram que Vladimir Putin tentaria outra invasão.

A sondagem apontou também que 74% dos ucranianos estão prontos para apoiar um plano de paz europeu-ucraniano, que prevê o congelamento do conflito ao longo da atual linha da frente sem qualquer reconhecimento legal de perdas territoriais, além das garantias de segurança à Ucrânia.

Apenas 30% dos entrevistados considerariam tal paz um sucesso para a Ucrânia, enquanto 18% o veriam como uma derrota – 44% achariam ser um sucesso e uma derrota ao mesmo tempo. Mesmo nesse cenário, porém, a maioria (56%) ainda esperaria que a Rússia tentasse outra ofensiva.

De acordo com o plano condicional europeu-ucraniano, a Ucrânia receberia garantias de segurança confiáveis ​​da Europa e dos EUA, incluindo entregas contínuas de armas e ajuda financeira em quantidades suficientes, bem como a proteção do seu espaço aéreo contra ataques russos. A atual linha de frente seria congelada, a Rússia manteria o controlo sobre os territórios ocupados, mas nem a Ucrânia nem a comunidade internacional reconheceriam isso oficialmente. A Ucrânia avançaria no seu caminho para a adesão à UE. As sanções contra a Rússia permaneceriam em vigor até que fosse estabelecida uma paz duradoura e desaparecesse a ameaça de nova agressão por parte do Kremlin.

O plano condicional russo, por outro lado, prevê que os EUA e a Europa suspendam todas as sanções contra a Rússia. A língua russa ganharia estatuto de oficial. A Ucrânia seria obrigada a reduzir significativamente o seu exército e limitar as suas armas. A Ucrânia renunciaria permanentemente à adesão à NATO, e o Ocidente não teria mais permissão para fornecer armas à Ucrânia. A Rússia teria o direito de determinar quais as garantias de segurança que a Ucrânia poderia receber e seria ela própria uma das garantidoras de segurança da Ucrânia. Kiev retiraria as suas forças de partes da região de Donetsk atualmente sob o seu controlo, incluindo Kramatorsk, Sloviansk e outras cidades. A Ucrânia reconheceria oficialmente a Crimeia, as regiões de Donetsk e Lugansk como partes da Rússia e renunciava delas para sempre. Moscovo também manteria o controlo das áreas ocupadas das regiões de Kherson e Zaporizhia.

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